terça-feira, 25 de agosto de 2009

Uma década de obras do Metrofor


Quando surgiram os primeiros planejamentos sobre o trânsito de Fortaleza, na década de 1970, uma questão ganhava força: por que não implantar um metrô na Capital? A ideia repercutiu, mas só em 1987 o Governo do Estado anunciou a implantação do projeto de criação do Metrô de Fortaleza, que ganhou a sigla Metrofor. Do discurso para a prática passaram-se 12 anos. O ponto de partida para o início das obras foi dado no dia 24 de agosto de 1999, há exatos dez anos.

As primeiras escavações das obras subterrâneas do metrô ocorreram no trecho entre o Shopping Benfica e a rua Padre Cícero (Foto: IGOR DE MELO)Na ocasião, o trecho compreendido entre o Shopping Benfica e a rua Padre Cícero foi interditado para que fossem feitas as primeiras escavações das obras subterrâneas do metrô. A mudança causou transtornos e engarrafamentos, já que os veículos que seguiam da avenida José Bastos com destino à rua Carapinima tinham de desviar na altura da rua Padre Cícero e pegar a avenida da Universidade para ir rumo ao Centro.

Bancado basicamente com recursos do Governo Federal (que financia entre 80% a 90% da obra), o projeto Metrofor sofreu, antes mesmo das obras começarem, cortes de recursos. O fato se repetiu nos anos seguintes e, em 2002, quando as obras deveriam estar prontas, o repasse de verbas chegou a ter queda de 70%.



Em virtude disso, as construtoras começaram a demitir os operários que atuavam na construção do metrô. As obras pararam naquele ano e, a partir dali, as verbas destinadas ao Metrofor foram usadas praticamente para cobrir prejuízos com a paralisação.

“Nos primeiros anos, tivemos até um bom ritmo de obras, mas a crise financeira internacional da época interferiu de forma que o Governo Federal teve de rever os valores que seriam repassados a alguns projetos. Daí começou o contingenciamento de recursos e o projeto não conseguiu evoluir. Todos os nossos cronogramas da obra tiveram de ser revistos”, explica Maia Júnior, secretário estadual de Transportes, Comunicações e Obras entre 1995 e 2002 e vice-governador do Estado entre 2003 e 2006.

O atual secretário de Infraestrutura do Estado, Adail Fontenele, acrescenta que o andamento das obras também foi prejudicado por falhas de planejamento. “O Metrofor foi um projeto inicialmente elaborado de forma deficiente, com muitos problemas de execução, que resultaram em uma série de aditivos (anexos ao projeto original), já que as equações financeiras não foram bem elaboradas”.

O tempo passava e os recursos continuavam insuficientes para dar ritmo ao projeto. Entretanto, o Metrofor ganhou novos rumos em 2007, com a inclusão do projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, que viabilizou a quantia de R$ 579,8 milhões para serem aplicados entre 2007 e 2010. Na avaliação do presidente da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, Rômulo Fortes, os recursos do PAC permitiram algumas adequações no projeto, o que viabilizou a celeridade das obras.

“Hoje já não temos mais problemas de recursos. Com dinheiro em caixa, detectamos todos os empecilhos que atrapalharam o andamento das obras e hoje estamos voltando a trabalhar em ritmo acelerado”, afirma.
Matéria de Bruno Balacó do O Povo

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